domingo, 22 de agosto de 2010

jardins, noia, em fortaleza, ceará, brasil

images/lançamento em fortaleza/katiusha de moraes





noia em quixadá

imagens/lançamento noia/quixadá/katiusha de moraes








bom dia/jardins

imagem/catu da manhã/dirceu matos


" Ontem vim me aconchegar na casa de minha mãe, em Fortaleza, e encontrei sobre a mesa um jardim chamado Noia.



Entre tiros e cartas de amor, dormi e acordei.




Dormi angustiada com os gritos das vítimas durante os rituais de tortura, saídos de dentro das páginas.



Acordei com o negrume daquele olhar epigrafando o seu nome no horizonte e fiquei molinha como margarina passada no pão quentinho.

Me deu uma fome de amor. Uma vontade enorme de tomar café... Bom dia! "


Magna Moraes

sementes do noia

" Nascedouro
Abrindo os olhos pra tudo que brilha, tudo que brilha
Mas nem só de ouro, nem só de ouro
Acende a vida e inicia o grande drama
Apressado e sem ensaio "
Nação Zumbi



image/mucuripe/dirceu matos

" Foi no limo fertil da rua da lama que
brotaram
ferteis

se
men
tes


da tua prodiga literatura,
e que como boas sementes produzirão sempre bons frutos
numa

cadeia infinita!... " Geraldo Jr.

domingo, 8 de agosto de 2010

matérias na mídia

O Jardim, na quinta-feira, 05 de agosto de 2010, fez a sua aparição no Teatro do Sesc.

pela internet, veio matérias:

Jornal O Povo:


Jornal Diário do Nordeste:



jardim noia - videpoema

Um Jardim Chamado Noia de Deribaldo Santos

- A narrativa conta a saga de uma família.

- Trata-se de um romance memorialista, estruturado em curtos capítulos que correspondem a crônicas.

- Cada capítulo desenvolve em torno de uma célula dramática que reflete o cotidiano a partir da linguagem literária e da memória.

- O escritor escolhe, a partir da memória, um problema dramático, que desenvolve por meio da linguagem narrativa. É com essa linguagem que ele objetiva, reflete a memória do seu cotidiano, completando as lacunas com a criação ou ficção.

- Concorrem para a feitura da narrativa a observação da realidade, a imaginação e a memória.

PARTE I – 11 capítulos

1 O capítulo “O Cheiro do Shopping” trata do presente do narrador que tece questionamentos e denúncias sobre seu cotidiano atual, como uma espécie de novo integrante da classe média de Fortaleza. Aqui, o cheiro e a visão são usados como forma de captação objetiva da realidade que rodeia o sujeito, em busca de discutir querelas existencias e o anseio de transformar a sociedade. O deslocamento do narrador-personagem nesse meio atual será explicado e justificado em seguida, ao longo da história de sua vida em sociedade.

2 “Toda História tem seu começo”: origem da família, migração para o Rio de Janeiro, em 1968, em virtude de uma grande seca.

3 “O Jardim Noia e Suas Particularidades”: descrição e ambientação do espaço – Jardim Noia, bairro de São João de Mereti, Baixada Fluminense.

4 “A Faixa de Gaza Vietnamita”: continua a ambientação de Jardim Noia, um lugar hostil e repleto de violência.

5 “A Rua da Lama”: idem.

6 “A Varanda de Condão de Dona Clarice”: educação, primeira professora, ensino tradicional.

7 “A Prole”: enumera os integrantes da família, tios e primos, “conflituosa família” (p. 38)

8 “Água, Sede e Enchente”: trabalho comunitário para levar água potável para as residências. O narrador revela um sentimento de satisfação pelo trabalho realizado em grupo. Fala também das péssimas condições de infra-estrutura do local, principalmente quando chove.

9 “As Brincadeiras”: futebol.

10 “O Arraiá das Andorinhas”: festas juninas, o título é o nome de um arraiá, que teve grande importância na vida particular do narrador, teve um final trágico.

11 “Grêmio Recreativo Sovaco da Minhoca”: fala sobre samba e carnaval, tradição carioca; os bailes.

PARTE II – 11 capítulos

12 “Mais Flores sobre Esse Jardim”: local de produção de recursos para a criminalidade. Ao lado desse mundo, havia a luta pela sobrevivência. Fala sobre a perspectiva de vida e de futuro. O narrador retorna ao presente para fazer um contraponto entre a atualidade e aquele tempo vivido no Jardim Noia. Aqui, ele confessa serem a paixão e o conflito marcas de sua família.

13 “Seu Isidro e Dona Cassiana”: avós maternos do narrador. Conta a história de Isidro – filho adotivo de fazendeiro paraibano. Recebeu terras de herança que foram tomadas pelos poderosos. Casou-se com Cassiana sem consentimento do pai dela (motivo: racismo). Muda-se para Campina Grande.

14 “Do Brejo à Serra”: perfil psicológico do avô Isidro e as dificuldades de sobrevivência.

15 “Que Todo Sofrimento da Vida Seja ao Menos por Amor”: o namoro e o casamento de Isidro com Cassiana.

16 “Campina Grande e Sua Feira Central”: descrição e ambientação social, econômica e cultural de Campina Grande.

17 “Dona Janaína”: mãe do narrador, mulher autêntica, independente, decidida, batalhadora e generosa. O narrador confessa a tentativa de interpretar sua história. Tia Pilá cuidava à sua maneira da educação da prole.

18 “As Ilelas”: Janaína e Pilá, língua secreta usada por elas.
19 “Completando a Família”: Tio Jotão (Tia Pilá), Tia Branca (Tio Mandu), Tia Cheirosa.

20 “A Casca é Dura”: dificuldades que passaram Tia Pilá e Tio Jotão, logo após o casamento. Foram para o Rio de Janeiro, mas voltaram para Campina Grande. Vendo frustrado o sonho de tornar-se pedreiro em Campina Grande, Tio Jotão retorna ao Rio de Janeiro, depois mandou buscar a esposa, Tia Pilá. Aquisição de terreno no Jardim Noia e a heróica reforma da casa por Tio Jotão, aos domingos. A partir de então toda a família vai morar no Jardim Noia.

21 “Entre o Noia e a Noia Há Outra Opção?”: o autor-narrador tece considerações sobre a contradição do mundo objetivo. Levanta questionamentos existenciais, sobre as condições concretas e humanas, em relação à vida no Jardim Noia, onde viviam na pobreza e à beira da criminalidade, mas a família mantinha a união, talvez para assegurar a sobrevivência do grupo, em contraste com a situação atual da família que ascendeu à classe média, mas perdeu o vínculo que os unia outrora. A causa disso, o próprio narrador revela: a sociedade capitalista.

22 “Se Souber a Resposta me Diga”: o autor-narrador revela os motivos responsáveis pela saída do Noia e a volta ao Nordeste: “a união da família, associada a certos valores nordestinos”. Mais uma vez, revela a sua insatisfação com a situação atual, porquanto há contradição entre os problemas materiais resolvidos e a iminência do individualismo da nova geração.



Wellington Soares
Mestre em Literatura/Letras
UECE/FECLESC